“A carta”
A primeira carta, escrita
ali em uma emoção, em um nervosismo de um primeiro encontro. O coração batendo
forte, as mãos trêmulas, um olhar e um sorriso de um anjo.
Palavras e palavras para
aquele que se queria ter pelo menos como amigo.
Ao entrega-la ficou sem voz,
difícil até de dizer “para você”, principalmente quando seus rostos se
aproximaram.
A carta foi guardada no
bolso na calça jeans e pensava-se que ali seria esquecida, mas qual a surpresa,
quando se viu sendo-a tirada daquele
bolso e lida, algo poderia tirar a concentração
da leitura, mas pelo contrário, a leitura continuava enquanto a porta do
elevador era fechada.
E daquela cena nunca mais se
esqueceu.
“A
carona”
Andava pelas ruas da cidade,
naquele dia resolvera pegar o ônibus ao invés de pegar o carro.
Eis que de repente reconhece
o carro e depois quem está dentro dele, óculos escuros, vidro aberto, sol no
rosto.
Desceu do ônibus e ainda
tentou chegar perto do carro. E, vão. Continuou seu trajeto à pé, decepcionada,
há tempos que não encontrava com ele.
O farol para pedestre ficou
verde, olhou à sua esquerda e eis que o vê dentro do carro. Resolve acenar, ele
sorria, a reconhece de outros lugares e antes que o farol abrisse ele abre a
porta e oferece a ela uma carona. Ela aceita. E vão colocando a conversa de 25
anos em dia até chegarem no destino final.
By Karin Gobitta-Foldes
(karinharket@msn.com)