domingo, 12 de outubro de 2014

A carta e a carona

“A carta”

A primeira carta, escrita ali em uma emoção, em um nervosismo de um primeiro encontro. O coração batendo forte, as mãos trêmulas, um olhar e um sorriso de um anjo.
Palavras e palavras para aquele que se queria ter pelo menos como amigo.
Ao entrega-la ficou sem voz, difícil até de dizer “para você”, principalmente quando seus rostos se aproximaram.
A carta foi guardada no bolso na calça jeans e pensava-se que ali seria esquecida, mas qual a surpresa, quando se viu sendo-a tirada  daquele bolso e lida, algo poderia tirar a concentração  da leitura, mas pelo contrário, a leitura continuava enquanto a porta do elevador era fechada.
E daquela cena nunca mais se esqueceu.

“A carona”

Andava pelas ruas da cidade, naquele dia resolvera pegar o ônibus ao invés de pegar o carro.
Eis que de repente reconhece o carro e depois quem está dentro dele, óculos escuros, vidro aberto, sol no rosto.
Desceu do ônibus e ainda tentou chegar perto do carro. E, vão. Continuou seu trajeto à pé, decepcionada, há tempos que não encontrava com ele.
O farol para pedestre ficou verde, olhou à sua esquerda e eis que o vê dentro do carro. Resolve acenar, ele sorria, a reconhece de outros lugares e antes que o farol abrisse ele abre a porta e oferece a ela uma carona. Ela aceita. E vão colocando a conversa de 25 anos em dia até chegarem no destino final.

By Karin Gobitta-Foldes
(karinharket@msn.com)