domingo, 31 de agosto de 2014

Maturidade

Gerações se passam, mas é incrível notar como o ser humano é sempre o mesmo, ou pelo menos, não quase sempre.
Em uma sociedade como a nossa, amadurecer não é tarefa fácil. Muitos pensam que ao adquirirem a independência estão prontos e maduros. Com certeza, não. E os pais sempre dizendo como o mundo do lá fora é diferente e o jovem sempre achando que os pais estão sempre no pé. Mas esses pais, mais vividos, sabem o que dizem. Claro que, experiências são diferentes, mas, quanto mais experiente, mais maduro.
Para adquirir experiência leva tempo...
Assim que esse tempo passa, é possível olhar para trás e ver as falhas e os erros e o preço que se pagou por isso. Começa-se a pensar ao contrário e ver o quanto a vida  ensinou.
Com tempo também, a ingenuidade se esvai, tem-se mais os pés no chão ou os pés atrás.  Deixamos de ser sonhadores achando que no futuro tudo o que desejamos irá realmente se concretizar. E que casamento é apenas viver ao lado da pessoa que se ama...Romântico demais e realista de menos. Com a maturidade é possível perceber que o amor romântico é só em contos de fadas, e que o real está mais baseado na amizade e na independência de cada um poder realizar seus próprios sonhos e dividi-los com o outro e não fazer com que ele esteja presente em tudo.

Com a maturidade a vida se reinventa e realmente começa. Como diz o sábio ditado: "a vida começa aos 40" - ou, ao redor deles.

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Crônicas de estapafúrcia - By Karin F

“110/220, meia fase e apagado”


Existem três tipos de macho, o 110/220 Volts, o meia fase e o apagado.
O 110/220 V você é quem escolhe a voltagem, o meia-fase que ainda tem o “a” de amigo, mas não tem mais o “a” de amante. E o apagado é literalmente o gay   a luzinha da testosterona nunca se ascendeu.
Normalmente na vida, na juventude, o modelo mais encontrado é o 220 Volts, corrente elétrica mais alta, mais forte, o que normalmente significa maior potência.
Com o passar do tempo, a voltagem diminui e começam a ficar meia-fase, indo assim até o resto da vida.
O apagado  já nasce assim, tentar ascender a luzinha máscula, mas acaba jogando-a de vez para fora de seu armário e sai dele junto com ela, é a libertação.
Há alguns que não sabemos se são 110 ou 220, mas são verdadeiras e perigosas  cercas elétricas, desses com certeza é preciso ficar longe. Não sabem que o mundo é livre e que hoje há seguro contra roubo, ou melhor, você está assegurado se for roubado.
O melhor a fazer em todos os casos é:
Desarme a cerca elétrica, descubra o porquê da meia-fase, encontre o botão de espera (stand by) principalmente quando a voltagem é maior.
Se a meia-fase for por causa de uma tempestade vinda de fora, logo a energia volta ao normal ou com o tempo é normal que o aparelho perca a potência.
Velas e lanternas são sempre úteis, assim como os raios do sol.




“Embarque ao paraíso”


Um dia uma garota esperava para embarcar. Estava no aeroporto de Barajas, em Madri, indo para Santiago, Chile.
Como não gosta de aglomerado de pessoas, esperou até a última chamada de seu voo Iberia com escala no Canadá.
Feita, então, a última chamada, ela e a amiga que a acompanhava foram para a fila de embarque. A amiga ainda foi tirar uma última foto de lembrança.
A garota, na fila, ouvia “Joyride” do Roxette em seu Ipod e cantava: “Hello you fool I love you”. Eis que o cara da frente olha para trás e não é um alguém qualquer, é sua grande paixão adolescente..
Sem ter o que dizer, ela simplesmente saiu da fila e foi ver onde estava sua amiga.
No avião, q poltrona dele ficava na parte da frente e as delas na parte do meio.Mesmo assim, foi uma grande joyride aquela! E que perfect day também...
Ao saírem do avião, quando esperavam por suas malas, ela cantava: “Bwuana, Bwuana me chama que eu vou, sou sua mulher robô teleguiada pela paixonite” (de Rita Lee) e a amiga percebendo a situação preferia cantar Teló: “Ai, ai, ai se eu te pego assim você me mata”. Disso elas tinham certeza que ele iria gostar.
Enfim, o coração tem razões que a própria razão não é capaz de explicar.




“Dia de sonho esquisito”


Ao sair de casa, às 5h da manhã, Catarina entrou no carro e passou pelos mesmos lugares de sempre, porém, algo parecia estranho, as pessoas não eram que elas realmente são, pareciam atores de Hollywood.
Quando olhou para um ponto de ônibus, parece ter visto Joaquim Phoenix sentado. E ao it tomar seu café-da-manhã em uma padaria famosa, parece ter sido atendida por Clive Owen.
Sua manhã de trabalho passou normalmente. Foi para casa almoçar. Enquanto almoçava a campainha tocou. Era uma entrega que esperava. Um livro que havia importado da Itália. Quando olhou para o rosto do entregador, não acreditou, era mesmo o próprio autor do livro? Será que havia esperado tanto e de tanto esperar o próprio veio entrega-lo? Não era de se admirar num dia como aquele...
“Quer tomar um café em uma padaria famosa que conheço, senhor? No caminho se encontrarmos alguém conhecido no ponto de ônibus, podemos dar carona a ele”.
Dejavù.





“Realidade adolescente”


Se quiser rir de si mesmo, lembre-se de sua adolescência. Momentos engraçados, hein? Objetos, garotos, garotas, frases...
Indo a um mesmo lugar em todas as férias de julho, lugar quente com praia, é possível lembrar de tantos acontecimentos.
Numas férias você já viu alguém acordar à 7 horas da manhã, dizer bom dia ao sol e ouvir a banda inglesa Pet Shop Boys no último volume? E a música era You’re Always on my mind – claro, não tem como alguém sair de nossa mente desse jeito.
Tudo bem. Música por música, mais tarde o rádio era ligado e se cantava o tema do filme  Top Gun: Take my bread away. Bread ou Breath? As meninas  que ouviam  diziam bread ainda completava o refrão da música com um: “I’m not hungry”. Sem mais comentários.
Está certo. Uma delas, em uma noite em um hotel antes de chegarem a essa cidade de praia, acordou às 4h da manhã. Por quê? Simplesmente porque o lençol de sua cama cheirava “negão suado que acabara de correr a S. Silvestre”, coisa básica que acontece todos os dias. Assim, como não querer dormir na cama de casal ao lado do armário. Se ela tinha medo de monstros? Não. Tinha medo apenas de um tarado sair dele. Quem entende a mente adolescente?
Depois disso, não conseguiram mais dormir. O trem passava e fazia tudo tremer.  E então, parodiando uma letra da Legião Urbana  começaram a cantar: “Dorme agora, é só o trem lá fora”.
E se o sono não viesse era mais fácil cantar “Faroeste Caboclo” ( a música de quase 10 minutos de Renato Russo) do que contar carneirinhos. Com certeza.
As duas, uma vez, ao chegarem ao tal destino de praia ficaram em um hotel. E claro, para duas adolescentes não, poderia faltar paquera. A vítima era Iuri, um capixaba que toda manhã estava por ali. Em tempo, vítima apenas de uma delas.
Os dias passaram e a paquera não saiu da paquera, aquela troca de olhares e sorrisos. Contudo, na última manhã iriam embora muito cedo, antes do raiar do sol. Como trocar telefone com o garoto? Ideia! O nome e o número em um papel enrolado em pilhas pequenas (já usadas no walk-man) jogado à beira do 4º andar. Ótima ideia garotas!
O plano deu certo, mas a distância de apenas mil quilômetros, atrapalhou um pouco.
Parece que praia é sempre motivo de paquera, namoricos. Isso quando não se viaja com a amiga, sua mãe e a amiga dela. Tudo bem, as duas mulheres poderiam ter a mente aberta, pelo contrário, porém. Na verdade, pareciam que tinham acabado de sair de um convento. Uma delas disse para as meninas que elas não poderiam ir à praia. Como? Não ir à praia em uma cidade de praia? Como assim? – a explicação surrealista: porque havia homens na praia (fato verídico).

Tudo isso parece história de novela, daquelas que passam às 7h da noite e que têm galãs que deixam as adolescentes doidas para vê-los, fazendo-as saírem da escola apressadamente para não perderem um só capítulo.