terça-feira, 22 de dezembro de 2015

Mais das rimas do aleatório

Enrico parecia não ser mais a mesma pessoa. Alguém que adorava ficar em público agora não gostava mais de multidões. Ficava irritado, se escondia, se fechava. Luísa começou a achar tudo isso muito estranho, estaria ele envelhecendo? Ela também não gostava de multidões, porém, na verdade,  nunca gostou.

Por outro lado, Martino sempre foi um doce com Luísa, sorria sempre que a encontrava, agradecia-lhe muito os presentes. Ele normalmente era assim, simpático, alegre, paciente.
Talvez só agora Luísa estivesse percebendo tudo isso, olhando para trás e vendo o quanto Martino tinha sido seu anjo, mesmo que um pouco de longe, ele, o amigo de Enrico
Ela não aguentava mais o jeito estranho que Enrico passou a ter, algumas vezes um molecão simpático, outras um ser fechado em seus próprios pensamentos e em suas próprias manias.

Ela decidiu ir à Espanha, lá encontrou seu ex-marido que, do contrário, se tornara alegre, muito mais calmo e tranquilo. Saíram algumas vezes e ele a fazia rir. Não tinha mais vontade de voltar à Itália e se mudou definitivamente para Madri, voltando a ficar com o ex-marido. Trouxe sua filha cujo o pai era Enrico. Luísa também tinha outra filha, adotiva, com seu ex-marido e as duas crianças conviviam muito bem. Enrico não se importou com a decisão de Luísa, até achou melhor, já que agora estava cheio de trabalho, até uma autobiografia resolveu escrever.


Luísa, então, se deu conta que seu primeiro e grande amor de infância deveria ser seu grande amigo e assim foi. Também se tornou mais próxima de Martino, mais ainda do que de Enrico, seu anjo estava sempre por perto, para sempre.

terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Mais um pouquinho de minhas poesias...

“Inquietação”

Desça de sua
Pesada cabeça
Enquanto está lento
Este sentimento.

Cheira uma estrela,
Cava uma palavra
Enquanto eu miro
Em um único suspiro.

Em uma missa dessa
É preciso que se peça
Para simplesmente viver
A um único ser.

É preciso fazê-la,
Em um segundo,
Descobrir a verdadeira
Estrela.


“Incertezas”

Tu gritas, chamas,
Em seu coração
Só aparecerão
De tristeza, as ramas.


Em algo que se esconde
De longe um vulto
Não sei por onde
Está apenas oculto.

Num futuro transcendente
Por algo que se sente,
No meio de tanta gente,
Um explodir da mente.

O vento que sopra
Fugindo daqui
Nas árvores, em sua copa

Algo que não vi.

Por Karin Földes