segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Poesia

“Surpresa adolescente”

Uma viagem no tempo, um novo
Aparecimento e palavras que,
De repente, voam ao vento.

A poesia nas veias, no coração.
Tudo o que se queria, o que
Traz uma paixão.

Um sentimento que abre
A verdade e que traz a
Ansiedade.

Tudo o que não se esperava
Uma bela surpresa que nos planos
Não se contava.

As chuvas, a renovação
Como  se em macias luvas
Segurasse o coração.

Viver, sentir como na juventude,
Tudo em sua plenitude.



O fato de se estar só no
 momento da notícia,
na garganta um nó, mas
na alma a delícia.

Coincidência ou não, o
Amor mais uma vez fez bater
Mais forte o coração.


By Karin Földes - 12.12.14

domingo, 12 de outubro de 2014

A carta e a carona

“A carta”

A primeira carta, escrita ali em uma emoção, em um nervosismo de um primeiro encontro. O coração batendo forte, as mãos trêmulas, um olhar e um sorriso de um anjo.
Palavras e palavras para aquele que se queria ter pelo menos como amigo.
Ao entrega-la ficou sem voz, difícil até de dizer “para você”, principalmente quando seus rostos se aproximaram.
A carta foi guardada no bolso na calça jeans e pensava-se que ali seria esquecida, mas qual a surpresa, quando se viu sendo-a tirada  daquele bolso e lida, algo poderia tirar a concentração  da leitura, mas pelo contrário, a leitura continuava enquanto a porta do elevador era fechada.
E daquela cena nunca mais se esqueceu.

“A carona”

Andava pelas ruas da cidade, naquele dia resolvera pegar o ônibus ao invés de pegar o carro.
Eis que de repente reconhece o carro e depois quem está dentro dele, óculos escuros, vidro aberto, sol no rosto.
Desceu do ônibus e ainda tentou chegar perto do carro. E, vão. Continuou seu trajeto à pé, decepcionada, há tempos que não encontrava com ele.
O farol para pedestre ficou verde, olhou à sua esquerda e eis que o vê dentro do carro. Resolve acenar, ele sorria, a reconhece de outros lugares e antes que o farol abrisse ele abre a porta e oferece a ela uma carona. Ela aceita. E vão colocando a conversa de 25 anos em dia até chegarem no destino final.

By Karin Gobitta-Foldes
(karinharket@msn.com)



sábado, 27 de setembro de 2014

Capítulo IV - Rimas do aleatório


Alguns meses se passaram e um dia, sem querer, Luísa entrou no escritório em sua casa e viu que o marido rapidamente fechara um e-mail que estava lendo.Ela não disse nada, apenas ligou seu computador e sentou em frente a ele. De repente o celular de seu marido toca na sala de estar e  ele levanta e deixa o micro ligado para atendê-lo lá . Luísa rapidamente aproveita para ver o e-mail. Era para uma amiga de trabalho dele que parecia mais que uma amiga.

Quando ele voltou, ela, como quem não quer nada, indagou sobre a tal amiga do e-mail e acabou descobrindo que os dois quase saíram juntos. Ela ficou chateada, obviamente, porém fingiu não dar muita importância ao assunto e continuou em frente ao seu computador. Nisso, recebe a resposta da Universidade de Berlim sobre um curso de lá que ela faria on-line.
A mensagem diz que o curso será mais extenso e específico e por isso será totalmente presencial e questiona se ainda há interesse por parte dessa candidata. Essa era a oportunidade que Luísa estava esperando e agora tinha mais do que motivos para aceitar e assim o fez.

Ela planejava passar o próximo ano lá e assim ficar mais perto de Enrico. Então, entrou em seu Skype, e para sua surpresa, Enrico estava on-line.  Rapidamente escreveu para ele contando tudo e ele respondeu que essa era uma ótima ideia já que ele, coincidentemente, também passaria um ano na mesma cidade a trabalho e que dessa forma, poderiam até alugar um apartamento juntos para que não ficasse tão custoso para ambos e dividiriam não só o aluguel como todas as outras despesas.

Acabaram combinando tudo e depois de um tempo Luísa partiu da América do Sul diretamente para Berlim, terra de alguns de seus ancestrais. Lá Enrico foi buscá-la no aeroporto com seu Smart preto e os dois foram para a sua nova morada por um ano. Chegando lá, Luísa ajeitou suas coisas, tomou um belo banho de banheira e depois, jantaram juntos e tomaram um bom vinho. Depois do jantar, como no dia seguinte era sábado, conversaram muito até altas horas da madrugada e Luísa, finalmente, resolveu mostrar poucos de suas poesias de adolescente a Enrico que ficou maravilhado com tão belas palavras e de um amor tão puro que aquela menina de 15 anos havia escrito. Ela emocionada começou a chorar então, com as pontas de seus dedos ele tocou os lábios dela, enxugou suas lágrimas e em um rápido momento acabaram por se beijarem. Luísa lhe pediu desculpas, contudo Enrico é quem disse que lhe devia desculpas por ele tê-la beijado.


Depois disso foram dormir. Luísa havia deixado a porta de seu quarto aberta e Enrico pôde escutar quando ela teve um pesadelo e gritava. Ele correu até lá, a acordou e perguntou se estava tudo bem. Ela disse que sim e então, ele sentou-se à beira da cama dela e acariciou seu rosto, seus cabelos como um pai faz com uma filha. Apesar da diferença de idade, ele não tinha idade para ser seu pai, eram 15 anos que separavam o nascimento dele do dela.
E ali ele permaneceu e disse baixinho: "Você tocou o céu como você queria". Luísa adormeceu de novo e Enrico voltou para sua cama.

Historinhas...

...em:

http://oficinapedagogicadeportugues.blogspot.com.br/

;-)

domingo, 21 de setembro de 2014

Capítulo III - Rimas do aleatório


Luísa tem um dia estressante e manda uma mensagem SMS para Enrico e de repente recebe a resposta.Ele estava conectado à internet e então seria mais fácil se eles conversassem via Skype. Ela ligou o computador, abriu o Skype e lá viu-o sorrindo através da câmera. Só de vê-lo, mesmo que de longe, parece que todo aquele estresse passou. Ele perguntou:

-O que houve hoje que te deixou tão estressada?

-Muitas coisas... Parece que tem dias que a gente não deveria sair de casa.

-Quando é assim, experimente sair, olhar as plantas, as flores, isso acalma.

-É verdade e é engraçado.

-Por quê?

-É que quando eu estava no antigo colegial, na escola fizemos um teste para sabermos nossa vocação e uma das minhas três opções era justamente botânica, a primeira era música.

-Que interessante, aqui em casa, você sabe, tenho uma estufa e um violão - e riu.

-Mais isso que temos em comum, não é mesmo? Caramba! Poderíamos ser vizinhos, velhos amigos de infância que nunca se separariam.

-Ah...Mas a distância não impede que possamos andar de mãos dadas e você apenas falaria que eu estaria escutando.

-Que amigo melhor eu poderia ter encontrado Enrico?
Enrico sorriu ... E então, mudaram de assunto. Começaram a falar da adoção que fariam juntos e acabaram decidindo que era uma idéia muito grande, algo para casais de verdade, ou até amigos que vivessem juntos.
Luísa concordou e se despediram e logo o telefone dela tocou, era uma grande amiga:

-Amiga! Quanto tempo! Que bom que ligou!

-O que você está fazendo?

-Estava conversando com o Enrico, cheguei hoje tão estressada em casa...

-Ih...Pra mim isso ainda vai dar é divórcio e casamento pra você!

-Que bobagem! O Enrico voltou com a namorada e eu estou muito bem casada.

-Mas não é possível tantas coisas que vocês tem em comum, sabia? Deveriam pelo menos trabalhar juntos.

-É, quem sabe um dia isso não dê certo! Ele foi meu grande amor de adolescência e confesso que com isso sempre sonhei!

-Vai saber o que o futuro te reserva amiga!

E alguns minutos depois Luísa desligou o telefone, comeu algo, tomou banho e dormiu.


sábado, 6 de setembro de 2014

Rimas do aleatório - Cap. II

Mais um capítulo da história de Luísa e Enrico

O marido de Luísa não se importou com a ideia, já que ele também não queria filhos. Luísa até gostava da ideia, mas não tinha tempo para isso. Assim, se a menina ficasse com Enrico ela teria uma mãe que a poderia ver de vez em quando. Não teria os pais casados, mas segundo o próprio Enrico isso quem deveria entender depois seria a própria criança e entenderia com certeza muito bem, uma mãe que um dia sonhou em casar com seu pai, mas que não daria certo e ficaram amigos.

Claro que, Luísa ainda amava muito a Enrico, era seu primeiro amor, aquela que ela nunca revelou a ninguém e agora o destino tinha unido seus caminhos e tinham se tornado possíveis amigos.
 
Ela simplesmente ficava feliz de vê-lo bem, era incrível saber de como o verdadeiro amor é capaz de fazer alguém sorrir apenas por coisas simples.
Quando Luísa dormia e sonhava com Enrico era sinal de que teria notícias dele, era incrível como parecia que havia uma ligação entre os dois.
 
Ele sempre tão preocupado com questões ambientais, possuía um carro elétrico e morava no meio da natureza. Ela, igualmente, se preocupava com isso e se ligava ao que ela chamava de Mãe
Terra sempre quando ia para as montanhas, lugar que ela mais gostava, além das praias.

Quando Luísa ia até a casa de Enrico na Itália, ele cantava e tocava violão para ela dormir, uma voz calma e doce, não seria um cantor profissional, mas a voz angelical que a acalmava.

Ambos eram vegetarianos e gostam de plantas/flores, cozinhavam quando estavam juntos e trocavam ideias sobre plantas e lembravam de suas infâncias, mesmo sendo em épocas e países diferentes, foram iguais, os dois se sentiam diferentes, os colegas de escola riam deles, mas ambos superaram isso e cresceram na vida. Fizeram o que queriam e cresceram como seres humanos.


Agora teriam o desafio da adoção. Luísa correu atrás de tudo e informava Enrico sobre tudo. Ele teria que estar sempre em terras brasileiras para, com ela, ir às palestras da Vara da Infância e frequentar as reuniões do grupo de adoção. O marido de Luísa não se importava, vivia viajando a trabalho. Porém não era certo que tudo corresse bem e vingaria.

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Rimas do aleatório

Rimas da vida

As mãos, assim como o sorriso parecem que muitas vezes falam mais do que mil palavras. Ela parecia estar em busca das mãos perfeitas e um dia em um rápido olhar as achou. Eram lindas, fortes, mas ao mesmo tempo delicadas como se expressassem a beleza daquele ser interior, de seu dono. Mãos que cuidavam de plantas, que tinham a sensibilidade escondida no coração de quem as possuía.

Ela também gostava de plantas, mas sua sensibilidade transbordava em palavras, palavras que eram escritas pra ele, contudo que ele não fazia a menor ideia que existiam. 

Uma paixão adolescente, um primeiro amor, o sonho de um casamento que nunca aconteceu, pois, o tempo passou, veio a maturidade e aquele amor todo, jurado para sempre, secreto, vindo de apenas um lado ultrapassou todas as barreiras e se transformou, se desabrochou como uma orquídea que nasce quando não é afogada pelas águas da paixão e nem queimada pelo fogo da mesma.

Na maturidade ela começou a ler os romances de épocas antigas e a entender realmente o que sentia, era amor verdadeiro, não mais uma paixão adolescente que se tem a necessidade do outro. O simples sorriso dele, saber que ele estava feliz era o suficiente para ela.

Um dia, num belo amanhecer ela viu sua orquídea sorrir para ela, havia tido um sonho que iria encontrá-lo conversar com ele e mal sabia que esse sonho se tornaria realidade.

Ela já tinha dito que o amava, havia pedido um beijo, havia escrito sobre seu amor simples e sincero que não pediria nada em troca, afinal, ela tinha um namorado e ter outro romance não era seu intuito. As coisas eram bem divididas, o marido era o marido, e esse amor sincero era outra coisa bem diferente. Queria apenas sentar com ele e conversar, tomar um café, conversar sobre as coisas que tinham em comum. Queria apenas tê-lo como amigo, poder ouvir às vezes sua voz ao telefone, poder uma vez ou outra encontrá-lo para lhe dar um abraço.

Naquele dia, a orquídea e o sonho deram o sinal a ela. Deixou que as coisas corressem naturalmente como um rio e numa tarde de domingo encontrou-o para bater um papo e foi muito mais do que ela imaginava. Pode abraçá-lo, beijá-lo no rosto e agradecer por simplesmente tê-lo em sua vida. Disse tinha-o como irmão, um amor fraterno, puro e simples. E ele confessou que a procurou pela internet para que pudessem ter contato. Agora estava tudo certo. Mas ela tinha que partir da cidade, tinha o casamento de uma amiga em outro lugar para ir, um lugar longe dali. Ele estava de férias e então foram juntos.

Todos aqueles sonhos de adolescente às vezes vinham à cabeça dela, mas não era mais aquilo que ela queria.
Chegaram à igreja, a amiga não acreditou que finalmente pôde conhecer pessoa tão especial. Foi uma celebração dupla. O casal foi para a lua de mel e os dois amigos (ele e ela) foram passar o tempo livre na praia. Depois, foram à casa dela onde se divertiram um bocado e solidificaram uma amizade que parecia ser verdadeira.Contudo ela sabia que os sonhos não terminam como músicas, que o brilho das estrelas não se apaga ao tocar. Aquilo continuaria. Ele teve que partir. Apenas um beijo de despedida e a promessa de que celebrariam novamente essa possível amizade no próximo verão, porém do hemisfério norte.

Os dois amigos, então, apenas se falaram por telefone. Ele esteve ocupado com vários projetos, muito trabalho e ela também.

Em uma noite fria de junho, o telefone tocou e Luísa (a nossa moça) atendeu, era Enrico, seu agora, amigo. Havia ligado para convidá-la a passar suas férias de inverno (no hemisfério sul) na bela Itália onde ele tinha, perto de Treviso, uma casa  a beira do lago. O convite incluía passagens, a estadia, o transporte, a alimentação, tudo. Era um grande e maravilhoso presente de aniversário para ela.

Roma ela já conhecia e Vêneto, a cidade natal dele, também. Foram então, para Veneza, Trieste, Turim, Florença. Conheceram todo o norte daquele país e obviamente apreciaram tudo o que sua culinária tem a oferecer.

À noite, ficavam, quando estavam em Vêneto, a beira de um pequeno lago ou na varanda da casa dele falando sobre o passado, sobre suas vidas, vendo fotos antigas dele (como fizeram na casa dela) e rindo do que, agora, era engraçado. Ela sorria apenas de ver o brilho daqueles olhos azuis de menino, de um bambino italiano.

Foi trocando ideias que decidiram trabalhar juntos em alguns projetos, principalmente nos sociais, já que ela era formada nisso.

Os projetos ambientais também estavam no meio e planejaram conhecer a Amazônia (na verdade, ele já conhecia) e os lugares que precisavam de apoio social que ela conhecia e onde trabalhava.

Os dias passaram rápido, mas foram proveitosos. Resolveram ainda visitar a Alemanha e a Hungria. Berlim era realmente linda, não parecia uma cidade que fora devastada pela guerra e ídem Budapeste. Postam, ao lado de Berlim, era tão linda como a capital alemã. A zona oriental, como a Alemanha em si, eles aproveitaram muito. 

De lá resolveram ir para Madri onde puderam assistir a um concerto de um cantor madrileno famoso. E de lá, finalizaram a viagem em Londres, cidade que Luísa sonhava morar com Enrico ainda quando ela era uma adolescente sonhadora ou em Oslo, onde os dois visitaram um grande amigo de infância de Enrico pelo qual Luísa um dia fora apaixonada.


Foi na bela capital norueguesa que Enrico e Luísa finalmente se despediram. Acabaram por passar ao invés de um, dois meses juntos. De lá ele voltou para a sua "bella Itália" e  ela atravessou o Oceano Atlântico rumo à sua América Tropical.

Talvez agora ficassem mais seis meses conversando apenas por telefone e internet. O grande fato é que Enrico parecia começar a se apaixonar por Luísa e ela, confusa, achava estar apaixonada por Martino, o grande amigo de Enrico que ela já se apaixonara em segredo.

Martino era casado com Elena e Enrico possuía uma namorada, Ingrid. Luísa também possuía um marido e achava que nunca mais se apaixonaria por outra pessoa.

Luísa já conhecia Liliana, irmã de Martino. As duas se conheceram pela internet e quando, pela primeira vez Liliana esteve no Brasil as duas se encontram e se tornaram grandes amigas.

Enquanto Enrico se envolvia com muitas coisas, outros países, lutas por democracia onde ainda não havia, amizades com presidentes, planos para ajudar a acabar com um preconceito, num novo racismo que agora invadia a Europa, Luísa estava de frente com um trabalho social burocrático, muitas vezes emperrado com projetos normalmente utópicos e nada práticos. Contudo, teve a grande notícia que Martino iria fazer uma exposição beneficente de arte no Museu de Arte Moderna de São Paulo, o famoso MASP.Ela deu todo o seu apoio e passou cada dia dando todo seu suporte a ele.Aquele anjo que de repente a tirava daquela vida tão atribulada.

Anjo que ela percebeu ser mais um grande amigo, mais um raio de sol que ela tinha em sua vida, assim como Enrico. Como esses dois eram tão importantes em sua vida, suas amizades, seus sorrisos, suas simples alegrias e existências.

Martino percebeu o mesmo e viu que nunca deixaria sua esposa e família, por mais que no passado tivesse errado com eles.

Já Enrico ainda procurava o grande amor de sua vida, talvez fosse Luísa, mas talvez agora fosse tarde demais já que suas vidas tomaram rumos diferentes e Luísa sabia que mesmo que isso não tivesse acontecido, eles nunca estariam bem como mais do que amigos. Esse era um sonho que ela talvez tivesse realizado e não queria estragar de jeito nenhum, por mais que às vezes tivesse suas brigas e chateações com seu marido.

Luísa gostava muito de Enrico, era o que suas amigas comentavam. Mesmo assim, ficaram sem se falar por cinco meses e quando se encontraram conversaram bastante.


Ele já havia se separado três vezes e tinha um filho que era a sua cara, era de seu primeiro casamento e esse tinha uma irmã que era a cara da mãe. Nos outros dois casamentos adotou duas meninas lindas. Sua família sempre fora grande, sua mãe, Catarina, já havia falecido há poucos anos e ele tinha dois irmãos e duas irmãs. Ele queria viver sozinho, gostava das mulheres, mas não para relacionamentos sérios. Porém, queria adotar uma menina que vivesse com ele. Contudo, não queria fazer isso sozinho, por mais que pudesse. Ele queria que menina tivesse uma mãe, mesmo que longe e pensou em Luísa. Seria apenas um favor que a amiga faria a ele. Ela, apesar de casada não pensava em filhos e acabou aceitando a proposta.

domingo, 31 de agosto de 2014

Maturidade

Gerações se passam, mas é incrível notar como o ser humano é sempre o mesmo, ou pelo menos, não quase sempre.
Em uma sociedade como a nossa, amadurecer não é tarefa fácil. Muitos pensam que ao adquirirem a independência estão prontos e maduros. Com certeza, não. E os pais sempre dizendo como o mundo do lá fora é diferente e o jovem sempre achando que os pais estão sempre no pé. Mas esses pais, mais vividos, sabem o que dizem. Claro que, experiências são diferentes, mas, quanto mais experiente, mais maduro.
Para adquirir experiência leva tempo...
Assim que esse tempo passa, é possível olhar para trás e ver as falhas e os erros e o preço que se pagou por isso. Começa-se a pensar ao contrário e ver o quanto a vida  ensinou.
Com tempo também, a ingenuidade se esvai, tem-se mais os pés no chão ou os pés atrás.  Deixamos de ser sonhadores achando que no futuro tudo o que desejamos irá realmente se concretizar. E que casamento é apenas viver ao lado da pessoa que se ama...Romântico demais e realista de menos. Com a maturidade é possível perceber que o amor romântico é só em contos de fadas, e que o real está mais baseado na amizade e na independência de cada um poder realizar seus próprios sonhos e dividi-los com o outro e não fazer com que ele esteja presente em tudo.

Com a maturidade a vida se reinventa e realmente começa. Como diz o sábio ditado: "a vida começa aos 40" - ou, ao redor deles.

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Crônicas de estapafúrcia - By Karin F

“110/220, meia fase e apagado”


Existem três tipos de macho, o 110/220 Volts, o meia fase e o apagado.
O 110/220 V você é quem escolhe a voltagem, o meia-fase que ainda tem o “a” de amigo, mas não tem mais o “a” de amante. E o apagado é literalmente o gay   a luzinha da testosterona nunca se ascendeu.
Normalmente na vida, na juventude, o modelo mais encontrado é o 220 Volts, corrente elétrica mais alta, mais forte, o que normalmente significa maior potência.
Com o passar do tempo, a voltagem diminui e começam a ficar meia-fase, indo assim até o resto da vida.
O apagado  já nasce assim, tentar ascender a luzinha máscula, mas acaba jogando-a de vez para fora de seu armário e sai dele junto com ela, é a libertação.
Há alguns que não sabemos se são 110 ou 220, mas são verdadeiras e perigosas  cercas elétricas, desses com certeza é preciso ficar longe. Não sabem que o mundo é livre e que hoje há seguro contra roubo, ou melhor, você está assegurado se for roubado.
O melhor a fazer em todos os casos é:
Desarme a cerca elétrica, descubra o porquê da meia-fase, encontre o botão de espera (stand by) principalmente quando a voltagem é maior.
Se a meia-fase for por causa de uma tempestade vinda de fora, logo a energia volta ao normal ou com o tempo é normal que o aparelho perca a potência.
Velas e lanternas são sempre úteis, assim como os raios do sol.




“Embarque ao paraíso”


Um dia uma garota esperava para embarcar. Estava no aeroporto de Barajas, em Madri, indo para Santiago, Chile.
Como não gosta de aglomerado de pessoas, esperou até a última chamada de seu voo Iberia com escala no Canadá.
Feita, então, a última chamada, ela e a amiga que a acompanhava foram para a fila de embarque. A amiga ainda foi tirar uma última foto de lembrança.
A garota, na fila, ouvia “Joyride” do Roxette em seu Ipod e cantava: “Hello you fool I love you”. Eis que o cara da frente olha para trás e não é um alguém qualquer, é sua grande paixão adolescente..
Sem ter o que dizer, ela simplesmente saiu da fila e foi ver onde estava sua amiga.
No avião, q poltrona dele ficava na parte da frente e as delas na parte do meio.Mesmo assim, foi uma grande joyride aquela! E que perfect day também...
Ao saírem do avião, quando esperavam por suas malas, ela cantava: “Bwuana, Bwuana me chama que eu vou, sou sua mulher robô teleguiada pela paixonite” (de Rita Lee) e a amiga percebendo a situação preferia cantar Teló: “Ai, ai, ai se eu te pego assim você me mata”. Disso elas tinham certeza que ele iria gostar.
Enfim, o coração tem razões que a própria razão não é capaz de explicar.




“Dia de sonho esquisito”


Ao sair de casa, às 5h da manhã, Catarina entrou no carro e passou pelos mesmos lugares de sempre, porém, algo parecia estranho, as pessoas não eram que elas realmente são, pareciam atores de Hollywood.
Quando olhou para um ponto de ônibus, parece ter visto Joaquim Phoenix sentado. E ao it tomar seu café-da-manhã em uma padaria famosa, parece ter sido atendida por Clive Owen.
Sua manhã de trabalho passou normalmente. Foi para casa almoçar. Enquanto almoçava a campainha tocou. Era uma entrega que esperava. Um livro que havia importado da Itália. Quando olhou para o rosto do entregador, não acreditou, era mesmo o próprio autor do livro? Será que havia esperado tanto e de tanto esperar o próprio veio entrega-lo? Não era de se admirar num dia como aquele...
“Quer tomar um café em uma padaria famosa que conheço, senhor? No caminho se encontrarmos alguém conhecido no ponto de ônibus, podemos dar carona a ele”.
Dejavù.





“Realidade adolescente”


Se quiser rir de si mesmo, lembre-se de sua adolescência. Momentos engraçados, hein? Objetos, garotos, garotas, frases...
Indo a um mesmo lugar em todas as férias de julho, lugar quente com praia, é possível lembrar de tantos acontecimentos.
Numas férias você já viu alguém acordar à 7 horas da manhã, dizer bom dia ao sol e ouvir a banda inglesa Pet Shop Boys no último volume? E a música era You’re Always on my mind – claro, não tem como alguém sair de nossa mente desse jeito.
Tudo bem. Música por música, mais tarde o rádio era ligado e se cantava o tema do filme  Top Gun: Take my bread away. Bread ou Breath? As meninas  que ouviam  diziam bread ainda completava o refrão da música com um: “I’m not hungry”. Sem mais comentários.
Está certo. Uma delas, em uma noite em um hotel antes de chegarem a essa cidade de praia, acordou às 4h da manhã. Por quê? Simplesmente porque o lençol de sua cama cheirava “negão suado que acabara de correr a S. Silvestre”, coisa básica que acontece todos os dias. Assim, como não querer dormir na cama de casal ao lado do armário. Se ela tinha medo de monstros? Não. Tinha medo apenas de um tarado sair dele. Quem entende a mente adolescente?
Depois disso, não conseguiram mais dormir. O trem passava e fazia tudo tremer.  E então, parodiando uma letra da Legião Urbana  começaram a cantar: “Dorme agora, é só o trem lá fora”.
E se o sono não viesse era mais fácil cantar “Faroeste Caboclo” ( a música de quase 10 minutos de Renato Russo) do que contar carneirinhos. Com certeza.
As duas, uma vez, ao chegarem ao tal destino de praia ficaram em um hotel. E claro, para duas adolescentes não, poderia faltar paquera. A vítima era Iuri, um capixaba que toda manhã estava por ali. Em tempo, vítima apenas de uma delas.
Os dias passaram e a paquera não saiu da paquera, aquela troca de olhares e sorrisos. Contudo, na última manhã iriam embora muito cedo, antes do raiar do sol. Como trocar telefone com o garoto? Ideia! O nome e o número em um papel enrolado em pilhas pequenas (já usadas no walk-man) jogado à beira do 4º andar. Ótima ideia garotas!
O plano deu certo, mas a distância de apenas mil quilômetros, atrapalhou um pouco.
Parece que praia é sempre motivo de paquera, namoricos. Isso quando não se viaja com a amiga, sua mãe e a amiga dela. Tudo bem, as duas mulheres poderiam ter a mente aberta, pelo contrário, porém. Na verdade, pareciam que tinham acabado de sair de um convento. Uma delas disse para as meninas que elas não poderiam ir à praia. Como? Não ir à praia em uma cidade de praia? Como assim? – a explicação surrealista: porque havia homens na praia (fato verídico).

Tudo isso parece história de novela, daquelas que passam às 7h da noite e que têm galãs que deixam as adolescentes doidas para vê-los, fazendo-as saírem da escola apressadamente para não perderem um só capítulo.

domingo, 11 de maio de 2014

Motivo - Cecília Meireles

Eu canto porque meu instante existe
E minha vida está completa
Não sou alegre, nem triste
Sou poeta

(...)

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Lindo! Cecília Meireles sobe bem dizer o que é ser poeta!